O preço da carne subiu quase 30% nos últimos 12 meses, quase seis vezes acima da inflação registrada no período. A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária diz que, entre os motivos, está a queda na oferta de gado para o abate.
A pior seca dos últimos 50 anos no Centro-Oeste, no ano passado, matou a maior parte do pasto e os animais acabaram levando mais tempo para chegar ao ponto de serem vendidos. Além disso, os criadores tiveram que investir em ração e o produto é feito a base de milho e algodão, que têm seus preços impactados pela alta do dólar em relação ao real, que subiu mais de 23% apenas no ano passado.
Para Josmar Costa, que há 17 anos trabalha no Açougue Bandeirantes em Duartina, os principais fatores que motivaram a alta da carne são as exportações aquecidas, principalmente para a China, que aumentaram ainda mais o consumo da carne brasileira e a pandemia, uma vez que o alimento do gado ficou um pouco limitado em certas regiões, tornando o custo do transporte também um fator culminante. Josmar também destacou o aumento de impostos que afetam principalmente o mercado do boi gordo, atingindo principalmente o consumidor final.
“Ocorreu uma crescente mudança de cultura, principalmente em nossa região. Onde antes havia criação de gado, hoje se vê extensões de terras cultiváveis ocupadas por plantio de laranja, soja, cana-de-açúcar e principalmente eucalipto. A oferta do boi gordo diminuiu, por conta da reposição dos estoques dos animais prontos para abate”, explica Josmar.
Josmar finaliza dizendo que os comerciantes do setor precisam inovar para não fechar suas portas. “Há muito tempo buscamos parcerias e principalmente exigimos o melhor de nossos respectivos fornecedores. Hoje, a empresa conta com a venda direta de carnes das raças Nelore e também Angus a um custo e qualidade bem atrativos”, destacou.