Incêndio em bar de Duartina: uma tragédia anunciada

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Segundo testemunhas, o incêndio teria começado no porão localizado embaixo do bar, onde residia um homem que armazenava materiais recicláveis.

Por: Jader Santos

Na noite da última segunda-feira (13), por volta das 19h30, um incêndio tomou conta do Bar do Nenão, localizado na altura do número 200 da avenida São Paulo, região central de Duartina. O fogo teve início em um porão que ficava embaixo do estabelecimento, e rapidamente se alastrou. A brigada de incêndio da prefeitura de Duartina foi a primeira a chegar ao local, com um caminhão pipa. Logo depois, mais dois caminhões chegaram para prestar apoio, sendo um da prefeitura de Lucianópolis e outro de uma empresa de Cabrália Paulista. Um integrante do Corpo de Bombeiros Militar foi ao local para conferir a situação. A Polícia Militar também esteve presente, interditando a via para facilitar os trabalhos de combate ao fogo. Imóveis vizinhos não foram atingidos. José Antônio, conhecido como Nenão, proprietário do bar, afirmou que o estabelecimento estava fechado quando o incêndio começou, e por isso não havia ninguém no local. No entanto, testemunhas informaram que um homem morava no porão e guardava no local materiais recicláveis, como espumas e latinhas. Ele estava no local quando o incêndio começou e tentou conter as chamas com uma mangueira, mas sem sucesso devido ao rápido alastramento do fogo e à fumaça preta causada pela queima do material.

“Isso era previsível, pois este homem, que era trabalhador, vivia em um porão pequeno, alugado, com um fogão, colchão e muito material reciclável, além de ser usuário de drogas. Será que ninguém viu isso?” questionou uma testemunha que esteve no local assim que o fogo começou referindo-se ao poder público. Baseado neste questionamento, nossa reportagem entrou em contato com a Secretaria de Promoção Social e Direitos Humanos do município. Fomos informados de que se trata de um homem de 52 anos, que é assistido pelo CRAS (Centro de Referência de Assistência Social). Ele recebeu diversas vezes cestas básicas e recentemente foi cadastrado para receber o benefício do Bolsa Família, que atualmente está em análise pelo Governo Federal. O homem foi encaminhado várias vezes para o CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) para internação e tratamento contra as drogas, mas sempre recusou, assim como a proteção especial da Promoção Social. A secretaria explicou que os serviços não podem ser impostos aos usuários e que suas vontades devem ser respeitadas, seja para receber ajuda ou não. No entanto, a secretaria e suas equipes estão sempre à disposição.

Durante e depois do incidente, não conseguimos localizar o morador do porão para verificar seu estado de saúde e ouvir sua versão dos fatos. No Hospital Santa Luzia, não houve registros de pacientes com intoxicação por fumaça ou queimaduras. De acordo com um policial militar presente no local do incêndio, um boletim de ocorrência seria registrado. A Polícia Civil irá investigar o ocorrido e, segundo informações, para a polícia, o incidente não caracteriza, um ato criminoso.

 

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