Em vídeo que viralizou na internet, três estudantes de curso de biomedicina em faculdade de Bauru (SP) chegaram a dizer que a colega deveria ‘estar aposentada’. Desistência do curso foi confirmada pela própria instituição Unisagrado.
Por Luís Ricardo da Silva e Heytor Campezzi, g1 Bauru e Marília
As três estudantes da universidade particular de Bauru (SP) que debocharam de uma colega de curso pelo fato de ela ter mais de “40 anos” desistiram da graduação. A informação foi confirmada na manhã desta quinta-feira (16) pela própria instituição Unisagrado. De acordo com o centro universitário, um processo disciplinar foi aberto para apurar a conduta das três jovens.
No entanto, durante o processo, Giovana Cassalatti, Beatriz Pontes e Bárbara Calixto solicitaram a desistência do curso de biomedicina. Ainda segundo a instituição, com a medida, “o processo perdeu o objeto e por isso foi finalizado”.
Nas imagens que viralizaram na sexta-feira (10), as universitárias ironizam Patrícia Linares, colega de turma e caloura do 1º ano do curso de biomedicina na Unisagrado, que completou 45 anos esta semana.
“Gente, quiz do dia: como ‘desmatricula’ um colega de sala?”. Logo depois, outra responde: “Mano, ela tem 40 anos já. Era para estar aposentada”. “Realmente”, concorda a terceira.
As ofensas relacionadas ao etarismo geraram indignação nas redes sociais e o vídeo teve alcance de mais de 7 milhões de visualizações até esta quinta-feira (16).
A defesa de uma das jovens, Giovana Cassalatti, publicou na noite de quarta-feira (15) um comunicado, nas redes sociais, afirmando que a estudante está sendo alvo de ameaças e linchamento virtual em virtude do envolvimento no caso.
Em nota divulgada nesta quinta-feira, a defesa de Patrícia disse que “não concorda que tal fato seja tratado com violência”, uma vez que a atitude não condiz com a forma como a vítima “está tratando o assunto desde o primeiro instante”.
Questionado sobre a desistência de Giovana do curso, o advogado César Augusto da Silva, que representa a jovem, afirmou que “a desistência tem origem no medo de retornar às atividades na universidade, em razão das ameaças que vem sendo feita” e “nada tem a ver com o processo disciplinar instaurado que, aliás, sequer havia sido oficialmente notificado à aluna”, pontuou o advogado. As outras duas estudantes ainda não se manifestaram sobre os fatos.