Mesmo com vacinação, uso de máscara, álcool gel e distanciamento social não pode ser descartado, segundo especialistas
Com um sistema de saúde à beira do colapso devido a um novo aumento no número de casos e óbitos em decorrência da Covid-19 no país, Duartina tem registrado alta no número de casos positivados e óbitos.
O mês de abril foi o mais letal da pandemia da Covid-19 no Brasil, com 67.723 mortes confirmadas, ultrapassando as 66.868 em todo o mês de março, segundo dados do consórcio dos veículos de imprensa.
Somente em 24 dias, foram registrados 17% dos quase 390 mil óbitos por Covid-19 no país. Além disso, abril é o 5° mês consecutivo em que o número de óbitos superou o do mês anterior.
Em Duartina, num comparativo com os últimos dias do ano de 2020 com os números atuais causa muita perplexidade e preocupação.
No final de dezembro tínhamos 377 casos confirmados, hoje temos 764, num aumento de 102,65%. Com relação aos últimos 30 dias houve registro de aumento nos casos confirmados. No dia 15 de abril tínhamos 640 casos confirmados e, segundo boletim divulgado pela Secretaria Municipal da Saúde, no último dia 13 eram 764 casos já confirmados, um aumento de 19,37% nos últimos 30 dias.
Já os casos de óbitos nos surpreende ainda mais. NO dia 30 de dezembro, Duartina registrava 05 mortes por Covid-10. Já no último 13 de maio esse número saltou para 17, um aumento de 240%.
Vacinados e com máscara
De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Juarez Cunha, a imunização de rebanho só deverá ser alcançada se o mínimo de 60% da população estiver vacinada. Mas ele destaca que, mesmo que o Programa Nacional de Imunização (PNI) do Sistema Único de Saúde (SUS) seja sólido e consigamos vacinar parte da população brasileira até o fim do ano, o vírus ainda estará em circulação. E faz um alerta: mesmo os vacinados devem continuar adotando isolamento social, álcool em gel e máscara.
“Nenhuma vacina é 100% eficaz. Com a vacina, a pessoa tem uma chance muito grande de se proteger das formas moderadas e graves, mas não elimina a possibilidade de contrair a doença. Estando com a doença, ela vai transmitir para outros. Não dá para correr esse risco”.
Existe ainda o componente social dessa medida. Se todas as pessoas vacinadas pararem de usar máscara, isso pode, na visão de Cunha, desmobilizar a população como um todo para o uso dessa barreira contra a covid-19. Veremos mais pessoas sem máscara, estimuladas pelos vacinados. “E como as pessoas vão saber se aquela pessoa já foi vacinada?”, questiona.
Além disso, mesmo que parte da população do país se vacine ainda este ano, existirão “bolsões de vulneráveis”. São comunidades, bairros ou grupos de pessoas com poucos ou nenhum vacinado, onde haverá circulação do vírus. Esse conceito pode ser reproduzido em escala mundial. Afinal, em um cenário onde ainda há pouca vacina disponível, os países que saem na frente são os que têm mais dinheiro para comprá-las mas, em algum momento, os demais entrarão na partilha.