COTONETE, ÁGUA MUITO QUENTE NO BANHO, UNHA RENTE: 10 HÁBITOS DE HIGIENE PARA EVITAR

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Manter-se limpo parece uma tarefa fácil, que se aprende uma vez quando é criança e basta. Mas, não é bem assim. No que compete à higiene pessoal, que está atrelada à saúde e à ciência, as descobertas são constantes e por isso é preciso estar sempre por dentro delas.

Sabia que há uma série de ensinamentos que são repassados de geração em geração e estão desatualizados, ou então são inventados por marcas de produtos, tendências, e podem ser muito prejudiciais?

Para garantir uma higiene completa e eficaz, não basta apenas usar água, creme dental, sabonete, aparador de pelos. É fundamental saber a maneira correta de tirar proveito disso tudo para que pele, cabelos, unhas e outras partes fiquem limpos, saudáveis e bonitos.

Para informar sobre o que muita gente faz no dia a dia sem saber dos malefícios, VivaBem, com ajuda de profissionais, preparou a lista de erros. Fuja de todos eles!

  1. Limpar os ouvidos com cotonete

Hastes de algodão, bem como outros objetos pontiagudos e mesmo os dedos, não devem ser inseridos no canal auditivo para retirar cera. Embora nojenta, essa substância tem função protetora e ao tentar eliminá-la desse jeito você pode empurrá-la para o fundo, favorecer uma infecção e até perfurar o tímpano. Para remover o excesso, que esteja na entrada do ouvido, após o banho use a ponta da toalha ou lenço umedecido, mas se não resolver vá ao médico.

  1. Assoar o nariz com frequência

Transformar esse hábito em rotina não é uma boa ideia, pois, aos poucos, lesiona os vasos sanguíneos das narinas que ficam sujeitos a sangramentos com maior facilidade, além dos tímpanos, por conta da pressão excessiva. O recomendável é lavar o nariz diariamente com soro fisiológico, de uma a duas vezes, assim removem-se as secreções e, com elas, os agentes desencadeadores de infecções e inflamações como vírus, bactérias e fungos, que nós inalamos.

  1. Escovar os dentes logo após comer

Parece estranho, mas é importante esperar entre 15 e 20 minutos para dar início à escovação, assim a acidez gerada na boca pelos alimentos é neutralizada pela saliva. Quando não se respeita isso, a escovação pode fazer mal aos dentes, que podem perder esmalte e sofrer um aumento de sensibilidade. Você pode utilizar essa pausa para, por exemplo, passar fio dental.  Mas depois escove para evitar o mau hálito, placa bacteriana, cáries e doenças periodontais.

  1. Depilar a região íntima por inteiro

Pelos da região pubiana, genital e perianal (entre períneo e ânus) seguram o suor, evitam assaduras pela fricção do caminhar e, indiretamente, contaminações e infecções por lesões de pele. Embora removê-los por completo seja uma decisão pessoal, o mais indicado é apará-los, o que pode facilitar a limpeza e reduzir o abafamento local, além da presença de bactérias e odor forte. Depilação, sobretudo com lâminas, pode facilitar micoses, inflamações e alergias.

  1. Cortar as unhas rente à carne

Se unhas compridas podem acumular facilmente sujeira e serem atacadas por fungos, unhas curtas demais, cortadas rente à carne do dedo, também não são uma boa ideia. Elas não ficam mais fortes, e podem inflamar e abrir caminho para bactérias. Quer manter suas unhas curtas?

Busque cortá-las acima da pele e, tem mais, não retire as cutículas, pois elas selam, como uma moldura, a raiz das unhas, evitando quedas, infecções, inchaços e sangramentos.

  1. Tomar banho com água muito quente

Diariamente, repercute em muitos efeitos danosos. A proteção natural da pele (manto hidrolipídico) é afetada e não se regenera a tempo, o que leva a desidratação, ressecamento, irritações e perda de imunidade cutânea, o que facilita a ação de microrganismos prejudiciais. Os cabelos também sentem e ficam secos e opacos. Por isso, a recomendação é que não se tome banhos demorados e nunca com água “pelando”, ela deve ser fria ou morninha.

  1. Ensaboar dentro da vagina e ânus

Higienizar suavemente com água corrente e espuma de sabonete as regiões externas do ânus e da genitália feminina, chamada de vulva, é necessário —principalmente após uso do banheiro e sexo—, mas querer fazer o mesmo com a parte interna delas, nem pensar. O risco é de se provocar no canal anal e na vagina ardência, sensibilidade, corrimentos e feridas. Está liberado ensaboar e enxaguar apenas pequenos e grandes lábios, clitóris, dobras e, nos homens, pênis e sua cabeça (glande).

  1. Usar sabonete comum para tudo

O sabonete comum pode ser utilizado para a maioria das limpezas externas, mas como tem um pH mais básico e costuma ser perfumado pode não fazer bem à região íntima masculina e feminina. É que as mucosas genitais são sensíveis e possuem pH mais ácido e uma microbiota de bactérias e fungos fundamentais para a saúde local. Assim, o uso do sabonete convencional pode desequilibrar essa flora inata e aumentar o risco de alergias, irritações e infecções.

  1. Passar lenço umedecido após “nº 2”

Nem sempre é possível se lavar após defecar, o que leva alguns a preferirem se limpar com lenço umedecido em vez de papel higiênico.

Entretanto, os médicos desaconselham essa prática, pois alegam que o lencinho, por conta de sua umidade característica e que é deixada na região a ser limpa, mas não é seca, aumenta a população de bactérias locais ruins. Em decorrência disso, aparecem infecções, erupções cutâneas, vermelhidão e desconforto geral.

  1. Aplicar xampu só nas pontas do cabelo

Não, xampu não deve ser aplicado no comprimento dos fios, mas no couro cabeludo, que é mais oleoso e onde as sujidades se concentram. E nada de massagear com movimentos circulares, o correto é fazer “sobe-e-desce” com os dedos para que a raiz não embarace. Depois, a lavagem escorre o produto para os fios e já é o suficiente para que fiquem limpos. Se for aplicar condicionador, é o contrário, vai só nas pontas para não entupir os folículos.

Fontes: Alexandre Pupo, ginecologista e obstetra dos Hospitais Sírio-Libanês e Albert Einstein (SP); Andy Vicente, otorrinolaringologista do Hospital Cema (SP); Anna Cecília Andriolo, dermatologista membro da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia) e especialista em doenças dos cabelos e do couro cabeludo; Juliana Brasil, cirurgiã dentista pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e da Clínica Clinonco; e Simone Carvalho, coordenadora de ginecologia e obstetrícia do Hospital Esperança, em Recife (PE).

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