Com alta de mortes, fabricantes alertam para risco de faltar caixão

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O crescente número de mortos pela covid-19 no país pode levar as fábricas de caixão à exaustão, comprometendo os volumes e prazos de entregas de urnas para as empresas de serviços funerários. “Pode haver desabastecimento”, alerta Antônio Marinho, presidente da Afub (Associação dos Fabricantes de Urnas do Brasil).

Segundo Marinho, já falta matéria-prima para as fábricas. “[Estão em falta] Principalmente o MDF [painel de madeira], o TNT [tecido não tecido, feito de polipropileno] e o aço. Esses produtos sumiram do mercado”, ele diz, acrescentando que, caso a situação persista, será inevitável um desabastecimento pontual em diversas regiões.

O empresário explica que, historicamente, as fábricas brasileiras de urnas produziam cerca de cem mil unidades por mês. Com a pandemia de covid-19, houve um aumento de aproximadamente 20% na produção. “Poderíamos até dobrar [essa porcentagem], mas não tem como fazer isso sem a matéria-prima”, afirma.

Já o empresário José Roberto Amor, proprietário da Fabricas de Urnas JR em Cabrália Paulista, disse não acreditar na falta de urnas no mercado. “Não acredito porque as indústrias do segmento estão preparadas para atender a demanda”.

“O MDF, desde julho do ano passado, está tendo um aumento mensal de 8%. O aço teve os preços elevados em 150% no período. O TNT teve reajuste superior a 60%”, diz o empresário. ” Tivemos sim em alguns momentos dificuldade em adquirir chapas de MDF e outros insumos como TNT mas, nossa fábrica, conseguimos atender mesmo assim.  Os materiais tiveram altas exorbitantes devido à escassez”. Destaca Amor.

Aumento de produção

Amor explica que a empresa, aumentou sua produção em 50% e aumentou em 15% o quadro de pessoal da empresa, desde o início da pandemia. Atualmente, a empresa atende a todo o território nacional, incluindo o Amazonas.

Já o empresário Claudio Fernandes, proprietário da Empresa Funerária Novo Mundo, que atende a região de Duartina, disse que não houve aumento na demanda, mas que reconhece uma alta violenta nos preços das urnas.  “O aumento de mortes ocorreu nos grandes centros.  Nós não tivemos aumento na demanda, porém, a alta nos preços das mercadorias é assustador”.

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