Uma força-tarefa convocada pelo Ministério Público levou à interdição de uma clínica de reabilitação de dependentes químicos, localizada no Bairro Água Branca, antiga Fazenda Santa Júlia, área rural de Duartina, nesta sexta-feira (7). O local abrigava 18 pessoas entre homens e mulheres e há suspeita de que pessoas eram internadas no local contra vontade.
Segundo a vigilância sanitária, o local apresentava algumas irregularidades sanitárias. Com a interdição, a clínica tem até domingo (9) para fazer as transferências de todos os internos para as famílias ou outras clínicas. A mesma clínica já teve as unidades de Agudos e Arealva, interditadas pelo mesmo motivo.
Internação compulsória
Dr. Paulo Calil, em entrevista ao PC Notícias explicou que há possibilidade de internação compulsória. “Nesse caso não é necessária a autorização familiar. A internação compulsória é sempre determinada pelo juiz competente, depois de pedido formal, feito por um médico, atestando que a pessoa não tem domínio sobre a própria condição psicológica e física. O juiz levará em conta o laudo médico especializado, as condições de segurança do estabelecimento, quanto à salvaguarda do paciente, dos demais internados e funcionários”. Explicou.
Protesto
Internados da clínica realizaram na tarde desta sexta-feira, em frente a Prefeitura Municipal, um protesto contra a decisão da Vigilância Sanitária que, segundo eles, foi a responsável pelo fechamento da clínica. Nossa reportagem, ouviu alguns internados que negaram que estivessem ali, contra a sua vontade.
Sthéfani de 19 anos, disse a nossa reportagem, que está internada há quase 7 meses por causa da dependência química e está preocupada com a interdição, uma vez que, a clínica estava salvando sua vida das drogas e caso fosse obrigada a sair de lá, não via outro caminho a não ser voltar ao mundo terrível das drogas.
Juliana é outra dependente internada há cinco meses e segundo ela, está no final do tratamento e esperava terminar o seu tratamento na clínica. “Eu não sei o porquê que interditaram a clínica. Fomos pra lá por nossa vontade, ninguém nos obrigou. Temos um tratamento adequado, carinho, respeito e amor. Lá é um lugar abençoado de nossas vidas e com excelentes profissionais”.
Uma das usuárias que encerraria o tratamento na próxima semana, disse para nossa reportagem que havia se prontificado a continuar na clínica, apenas para ajudar as outras pessoas e vê com tremenda injustiça a interdição da clínica.
O Chefe de gabinete do prefeito, Júnior Giovanetti atendeu os manifestantes e explicou que a interdição não partiu da prefeitura ou da vigilância sanitária e que apenas cumpria uma determinação do Ministério Público. Nossa reportagem entrou em contato com o Ministério Público, mas não obteve resposta até o fechamento dessa edição.