DELEGADO INDICIA FONOAUDIÓLOGA E TERAPEUTA POR ESTELIONATO E TORTURA EM DUARTINA

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A Polícia Civil de Duartina encerrou o inquérito que investigava denúncias de mães à polícia por supostas agressões e torturas contra crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) em uma clínica particular de Duartina, onde relataram que as crianças tiveram uma regressão no desenvolvimento após os atendimentos.

De acordo com o delegado Dr. Paulo Calil, após uma minuciosa investigação, onde foram colhidos áudios, fotos e depoimentos de testemunhas, pode-se comprovar que houve crimes praticados pela fonoaudióloga Bianca Rodrigues Lopes Gonçalves e pela terapeuta ocupacional, Gabrieli Marques Silveira Cezar.

Ainda segundo o delegado, houve indícios suficientes de materialidade e autoria dos crimes por parte das duas profissionais, crime de estelionato contra as famílias, pois o tratamento não era realizado na clínica e também por tortura, já que o sofrimento das crianças ficou caracterizado pelo modo de agir das profissionais. Em sua oitiva na delegacia, tanto Bianca como Gabrieli se reservaram o direito de ficar caladas e só responder em juízo.

Calil disse que o inquérito foi relatado e será encaminhado ao Ministério Público local, que deverá formalizar denúncia ou não contra as duas profissionais.   Calil disse ainda que não foi necessária pedido de prisão preventiva, uma vez que elas são primárias, tem bons antecedentes, responderam a todas os chamados da polícia e tem residência fixa.

Caso sejam condenadas elas podem pegar de 3 a 13 anos de prisão, podendo a pena ser aumentada em razão do crime de tortura ser praticado contra crianças.

Relembre o caso

O PC Notícias noticiou o caso no fim de junho. Na época, mães relataram que não estavam percebendo evoluções no tratamento dos filhos, e uma ex-funcionária da fonoaudióloga contou que as crianças não estavam recebendo atendimento.

“As crianças não estavam tendo atendimento. A fonoaudióloga falava com as mães, mas as crianças ficavam na sala comigo. E eu estou cursando psicologia, ainda não tenho esse repertório de fazer o tratamento adequado”, afirmou.

Além da falta de atendimento, outras denúncias relacionadas à fonoaudióloga começaram a aparecer. A ex-funcionária, que era contratada como acompanhante terapêutica de um dos meninos atendidos, disse que viu a criança levar um tapa da profissional.

A mulher registrou imagens, áudios e vídeos das crianças durante os atendimentos e as entregou à polícia.

Além da ex-funcionária, três mães conversaram denunciaram supostas agressões. Uma delas disse que desconfiou da situação quando o filho de 3 anos recusou o toque nos órgãos genitais durante uma consulta pediátrica e, mais tarde, afirmou que a fonoaudióloga tocava nele.

Outra mãe ouvida pela reportagem contou que o filho, de 9 anos, era trancado em salas no consultório. Ela descobriu o ocorrido quando foi chamada à delegacia e viu a foto que mostra as mãos do menino no vidro.

Ainda segundo esta mãe, o filho voltava para a casa com as roupas urinadas e, algumas vezes, sem camiseta.

Já uma terceira mãe relatou que o filho de 6 anos levou um tapa na boca por ter mordido a profissional.

 

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