Mineiro de porte baixo, poucas palavras, hábitos simples, avessos a discussões, um dos baluartes da história do futebol duartinense.
A pouco tempo, vivenciamos no estádio “Theófilo Cordovil” a volta do Duartina Futebol Clube disputando campeonatos regionais, que a tempos não víamos. Isso nos fez lembrar do auge do futebol duartinense, quando a cidade contou com dois timaços: Duartina e Vila Duartina.
Quando falamos do Vila Duartina, a lembrança já nos joga a um dos mais entusiastas do futebol daquela agremiação: Sebastião Silvestre ou “Tiãozinho”.
Nascido em dezembro de 1933, Sebastião Silvestre, casado com Rose Cabrera Silvestre e pai de dois filhos, Riberto e Rosangela Silvestre. Sapateiro desde menino, aliás profissão que está quase extinta nos dias atuais, começou sua carreira profissional na antiga Sapataria do sr. Alfredo Bertoldo. Logo montou sua própria Sapataria na avenida São Paulo, onde consertava e fabricava calçados, em especial botas e sapatões. A Sapataria permanece aberta até hoje sendo gerida pelo seu filho.
Homem muito dedicado ao trabalho, a família e com mais uma grande paixão, o Futebol! Paixão essa que foi aguçada assim que seu filho, Bertinho com apenas 14 anos foi convidado a integrar o elenco do time da “Fazenda Santo Inácio”.
Com a venda da “Fazenda Santo Inácio” o time também foi desmontado. Aí Sebastião Silvestre foi ousado, corajoso e determinado formou o time do Vila Duartina sempre com a parceria e ajuda do amigo Zuíno. Tião se dedicava de corpo e alma ao time. Era ele que marcava e desmarcava jogos, ia atrás de jogadores, acertava o transporte, que era feito por caminhões. Todos contribuíam como podiam para ajudar pagar as despesas, mas o que era arrecadado era insuficiente e Sebastião sempre acabava arcando com a diferença. Por muitas vezes, patrocinava jogos de camisas e chuteiras para jogadores sem fazer alarde.
Por várias vezes, foi chamado pelo ex-prefeito Gilberto Alonso para ser político, convite que sempre recusou, alegando que sua paixão era o futebol e não a política.
Em outubro de 1982, já com sua saúde debilitada, numa partida entre o Botafogo e Vila Duartina, Sebastião Silvestre foi homenageado pelo então prefeito Jorge Maranho, com a entrega de um Cartão de Prata que simbolizava o excepcional e arrojado trabalho realizado ao esporte, ao futebol, ao Vila Duartina e a todos os duartinenses.
A família do saudoso Sebastião Silvestre fica aqui nossas homenagens a este baluarte do futebol duartinense que nos deixou em Agosto de 1.983.