Paulo Martins Uma vida conduzida com ética e dignidade

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Duartina tem uma longa e bela história que foi escrita com a ajuda de grandes homens e de memoráveis mulheres.

Hoje trazemos na coluna “Ele fez parte da História da Cidade”, um homem culto, ético e de uma dignidade ímpar.

Se vivo, estaria completando 101 anos.  O aniversariante e homenageado de hoje é Paulo Milward Martins de Almeida, ou simplesmente Paulo Martins.

Nascido em 18 de junho de 1921, Paulo Martins era natural de Barra do Piraí, interior do Rio de Janeiro. Veio para Duartina, administrar as terras de seu avô, coronel Juliano (irmão do estudante Mario Martins do MMDC morto na revolução de 1932).

Com o tempo, foi se transformando num duartinense de corpo e alma. Casou-se com a bela professora Lourdes Reis, uma das moças mais bonitas da época, com quem teve três filhos e por aqui construiu sua vida.

Envolvido com a política da cidade foi eleito vice-prefeito de 1960 até 1963. Nessa época o prefeito e vice eram eleitos separadamente. Assumiu a prefeitura quase todo o mandato porque o prefeito eleito Nacib Carlos precisou licenciar-se.

Paulo Martins era culto e de bom diálogo. Em seu escritório, onde lia o jornal Estadão diariamente, havia uma biblioteca com os clássicos da literatura e discos eruditos.

Era muito habilidoso para consertar eletrodomésticos, brinquedos, relógios em sua oficina repleta de ferramentas.

Na época, quem precisasse fazer financiamentos tinha toda orientação e atenção do Sr. Paulo Martins, pois foi por vários anos, avaliador do Banco do Brasil.

Por conta do seu trabalho, viajava de carro todos os dias para Bauru.  Os estudantes, principalmente aqueles que estudavam na ITE ou na antiga Fundação, sabendo do seu itinerário e horário, ficavam aguardando em frente ao campo do Noroeste para pegar carona, já que ele nunca negava.

Além de correto, Paulo Martins era muito sério, mas no carnaval, colocava toda sua irreverência para fora e pulava com a alegria contagiante das famosas marchinhas, no salão do DTC conquistando vários troféus de maior folião, sempre com sacos de confetes e serpentina na mão.

Não se importava com futebol, mas foi contagiado pelo seu amigo Pereira e tornou-se um corinthiano fanático que, em 1977 viu seu time de coração quebrar um jejum de mais de 20 anos sem títulos.

Homem de hábitos simples.  Durante a semana, trabalho e nos finais de semana era fácil encontrá-lo no Bar do Oscar conversando com os amigos e tomando sua Antarctica gelada.

Também gostava das festas de final de ano. Ele, nessa época tinha uma tradição: fazia a “via sacra” nas casas dos amigos Ciro Simão e Américo Carloni para confraternizar no Natal celebrar o Ano Novo.

Sua casa era “point” onde ele compartilhava com os amigos e amigos dos filhos os litros de Whiskys e vinhos que ele recebia de presente pelas declarações de imposto de renda que fazia de graça para boa parte da população de Duartina.

Hoje deve estar trocando ideias com Mario Noronha, Dr Gil, Zezinho Simão, Elpídio, Valdomiro, Luiz da farmácia e tantos outros amigos que também se foram.

A família do Senhor Paulo Martins nossas homenagem a esse personagem que fez parte da história de Duartina.

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